A despoluição de rios representa uma iniciativa de requalificação do ambiente urbano. Córregos revitalizados abrangem ações de saneamento, mas ensejam expectativas de agregar valor à qualidade de vida. A gestão urbana tem o desafio de mensurar o bem-estar proporcionado por políticas públicas. Enquanto os serviços ecossistêmicos culturais representam os benefícios vivenciados no contato com ambientes naturais ou manejados, esse artigo objetiva analisar se esses serviços estão associados a benefícios não tangíveis percebidos pela população em um programa público de despoluição de rios em São Paulo. Os serviços culturais de interações pessoais, lazer, contemplação e espaço para manifestações são os mais percebidos frente àqueles que revelam influência para além do ambiente local e temporal como diversidade cultural e valores religiosos, espirituais e de educação. Recomenda-se que a avaliação de programas dessa natureza possa internalizar a perspectiva desses serviços ecossistêmicos como forma de fortalecer benefícios culturais à população nessa agenda de gestão urbana.
Artigo retirado do site: https://doi.org/10.1590/2175-3369.013.e20200155